Ministra da Educação da Islândia renuncia após revelação sobre relação com menor há 30 anos
Revelação leva à renúncia da ministra
A ministra da Educação e da Infância da Islândia, Ásthildur Lóa Thórsdóttir, anunciou sua renúncia ao cargo após admitir ter tido um filho com um adolescente há mais de 30 anos. A revelação foi feita pela própria ministra em entrevista à emissora pública islandesa RUV.
Thórsdóttir, que na época tinha 22 anos, conheceu o jovem de 15 anos enquanto trabalhava como conselheira em um grupo religioso. Aos 23 anos, ela deu à luz um filho fruto desse relacionamento.
Contexto legal e controvérsia
De acordo com o código penal da Islândia, a idade de consentimento no país é de 15 anos. No entanto, a legislação proíbe relações entre adultos e menores de 18 anos quando há uma relação de autoridade, como professores ou mentores religiosos. Nessas circunstâncias, a pena pode chegar a 12 anos de prisão.
O pai da criança afirmou à RUV que nunca se considerou uma vítima, mas admitiu que enfrentava um momento difícil e buscou apoio na comunidade religiosa. Apesar disso, a relação foi mantida em segredo, e ele teve contato com o filho apenas nos primeiros meses de vida, antes de perder o direito de visita.
Reação política e decisão de renúncia
Após a revelação, a ministra se reuniu com os líderes partidários do país para discutir o caso. No entanto, a decisão de renunciar foi tomada por ela mesma, segundo a primeira-ministra Kristrún Frostadóttir.
"É uma situação infeliz, mas não tem relação com nosso trabalho", declarou Frostadóttir em coletiva de imprensa.
Apesar de deixar o cargo de ministra, Thórsdóttir continuará atuando como deputada pelo Partido Popular.
Opinião
O caso levanta questões sobre ética e abuso de poder em relações assimétricas, especialmente quando há influência religiosa envolvida. A decisão da ministra de renunciar pode ser vista como um passo necessário para preservar a integridade do governo islandês. No entanto, o debate sobre as implicações legais e morais desse tipo de relacionamento ainda deve continuar.