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Juventude Questiona Declaração de Nyusi Sobre Reconciliacão Nacional

 

Durante o seu último Informe Anual como Presidente da República, Filipe Nyusi afirmou que deixa Moçambique totalmente reconciliado. No entanto, uma auscultação pública organizada pela Plataforma DECIDE, Observatório das Mulheres e Parlamento Juvenil revelou uma percepção contrária entre a juventude e outros setores da sociedade.

O evento, realizado em Maputo, buscou captar sensibilidades e percepções sobre o Estado Geral da Nação, enfocando juventude, gênero e inclusão. Muitos participantes discordaram da ideia de um Moçambique reconciliado, citando episódios de violência policial, terrorismo em Cabo Delgado e o aumento de feminicídios como provas do oposto.

Desafios e Percepções da Sociedade Civil

Wilker Dias, diretor executivo da Plataforma DECIDE, destacou que o país enfrenta desafios estruturais herdados do governo anterior, o que compromete a estabilidade nacional. Segundo ele, é necessário avançar em setores essenciais como saúde, educação e segurança para que a reconciliação seja uma realidade.

A secretária executiva do Observatório das Mulheres, Quitéria Guirengane, reforçou que a insegurança e o medo predominam no país. O ativista social Nádio Taimo, por sua vez, considerou equivocada a declaração de Nyusi, lembrando que o Conselho Constitucional reconheceu indícios de fraude nas eleições, mas não anulou os resultados. Ele também criticou o atual governo, mencionando discursos que incentivam a violência como solução para conter manifestações populares.

"Enquanto Não Aceitarem Ideias Diferentes, o País Não Estará Reconciliado"

Inocêncio Manhique, jovem que perdeu um olho durante as marchas em homenagem a Azagaia, rejeita a ideia de reconciliação enquanto o governo continuar a reprimir a liberdade de expressão. Para ele, “Moçambique precisa de uma mudança profunda, pois estamos a ser governados por líderes que não aceitam ideias diferentes.”

Alberto Guambe, outro ativista social, ressaltou que o uso de força letal contra manifestantes é um obstáculo à reconciliação. Ele defende uma reflexão nacional sobre o verdadeiro estado do país. “Não podemos falar de reconciliação enquanto houver derramamento de sangue e perseguições políticas”, afirmou.

Sua Opinião Importa!

A conclusão dos participantes é que Moçambique ainda enfrenta divisões profundas e precisa de esforços concretos para garantir a verdadeira paz e unidade nacional.

E você, concorda que Moçambique está reconciliado? Partilhe sua opinião nos comentários!

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