Triciclos solares transformam a vida de mulheres no Zimbábue e promovem independência
A revolução silenciosa sobre três rodas
Anna Bhobho, de 31 anos, era totalmente dependente do marido até recentemente — inclusive para comprar pão. Hoje, ela é proprietária de terras, dona de uma pequena mercearia, paga prestações de um carro e seus filhos estudam numa escola privada. Tudo isso graças a um triciclo elétrico.
Com uma renda de cerca de 300 dólares mensais (R$ 1.715), Bhobho passou a ter um status comparável ao de professores do ensino básico e, mais importante, reconquistou sua autoestima.
“Agora, até meu marido e meus sogros me respeitam. Ninguém me ouvia, mas hoje participo das decisões importantes”, afirma.
Mulheres no comando e mobilidade sustentável
O projeto “Mobilidade para a África” já beneficia 300 mulheres em todo o Zimbábue, com uma meta de garantir que 70% dos beneficiários sejam do sexo feminino. Em Wedza, somente mulheres conduzem os triciclos. Elas recebem treinamento de direção segura e pagam apenas 1 dólar (R$ 6) para trocar a bateria de lítio a cada 100 km.
A iniciativa também ganha força em outros países. Na Nigéria, por exemplo, o governo e uma empresa de energia verde já disponibilizam 120 triciclos elétricos para mulheres.
Triciclos mudam vidas: do campo ao hospital
Mesmo quem não possui um triciclo sente os benefícios. Hilda Takadini, produtora de tomates, diz que seus negócios mudaram com os serviços de Bhobho.
Antes, ela saía às 3h da manhã com um carro de boi e perdia boa parte de sua produção.
“Agora chego cedo ao mercado, com tomates frescos. Tenho mais lucro e consigo pagar a escola das crianças,” diz Hilda, mãe de seis filhos.
A saúde também foi impactada. A agente comunitária Josephine Nyevhe usa seu triciclo para atender famílias rurais, pesando crianças, orientando mães e transportando pacientes em situações emergenciais.
“Às vezes, salvo vidas. Já levei mulheres grávidas que teriam dado à luz em casa sem qualquer apoio,” relata.
Desafios persistem, mas a esperança acelera
Apesar dos avanços, os obstáculos continuam. As estradas acidentadas e a resistência de homens que não aceitam mulheres liderando áreas dominadas por eles são problemas recorrentes.
Ainda assim, o som dos triciclos percorrendo trilhas rurais carrega uma mensagem poderosa:
as mulheres estão assumindo o volante de suas vidas.
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