Ministério Público quer prisão efetiva para líderes dos Super Dragões
O Ministério Público português pediu, nesta segunda-feira (30), penas de prisão superiores a cinco anos para Fernando Madureira, ex-líder dos Super Dragões, e sua esposa, Sandra Madureira, no julgamento referente à Operação Pretoriano. A informação foi avançada pela RTP.
O pedido de prisão estende-se ainda a outros quatro arguidos: Vítor “Catão”, Hugo Polaco, Vítor “Aleixo” e o filho deste último. Para os restantes seis envolvidos, o MP sugeriu penas suspensas.
De acordo com a procuradora Susana Catarino, Fernando e Sandra Madureira encabeçaram a organização dos distúrbios durante a Assembleia Geral do FC Porto, realizada em novembro de 2023. O objetivo seria assegurar a aprovação de novos estatutos que garantiriam a continuidade dos rendimentos do casal, vinculados à direção de Pinto da Costa, incluindo lucros com merchandising.
A procuradora sustentou ainda que houve um clima de intimidação coordenado, com envolvimento da Mesa da Assembleia e da segurança privada do clube, que se mostraram coniventes durante os desacatos.
As investigações revelaram mensagens trocadas em grupos dos Super Dragões no WhatsApp, onde se incentivava a entrada de não sócios no evento e se promovia a intimidação dos apoiadores da candidatura de André Villas-Boas à presidência do clube.
Fernando Madureira é acusado de distribuir pulseiras de acesso e coordenar a entrada de membros na AG, enquanto Sandra teria a função de impedir filmagens no recinto, contribuindo para um ambiente opressor.
O Ministério Público destacou ainda o testemunho corajoso de várias vítimas e testemunhas, bem como a análise de imagens de videovigilância. A procuradora sublinhou a importância de transmitir uma mensagem de justiça: “É preciso mostrar que ninguém está acima da lei”.
O FC Porto, que se constituiu assistente no processo, apoiou as alegações do MP. A advogada do clube afirmou que houve um plano claramente delineado e criticou a forma como as defesas atuaram ao longo do processo.
Ao todo, 12 arguidos respondem por 31 crimes, incluindo coação agravada, ofensas corporais em ambiente desportivo e atentado à liberdade de informação. Entre eles, Fernando Madureira é o único que permanece em prisão preventiva desde o início do julgamento, em março deste ano.