Mulher acusada de feitiçaria é quase queimada viva após morte de rival em Maluana, Maputo

Um episódio de justiça popular quase terminou em tragédia no posto administrativo de Maluana, no distrito da Manhiça, província de Maputo. Uma mulher foi brutalmente agredida pela população local, que a acusava de ter causado a morte da esposa de um homem com quem ela dividia uma relação amorosa, supostamente por meio de feitiçaria.

Segundo vídeos compartilhados nas redes sociais, a mulher foi obrigada a vestir pneus ao redor do corpo, enquanto era agredida fisicamente. A multidão revoltada também a conduziu até a casa de uma suposta curandeira, apontada como cúmplice nas práticas de feitiçaria. Lá, sob ameaças, ela foi forçada a incendiar a casa da curandeira, que ficou completamente destruída.

De acordo com familiares da falecida, a acusada é mãe de três filhos e foi responsabilizada pela comunidade por matar a rival com “magia negra”. Em retaliação, os agressores vandalizaram sua residência e cogitaram enterrá-la viva, antes de decidirem queimá-la. A situação só não teve um desfecho trágico graças à rápida intervenção da Polícia, que impediu o linchamento.

A mulher foi socorrida e levada a uma unidade de saúde, onde permanece sob cuidados médicos. Mesmo diante da tensão, a situação no bairro foi descrita pelas autoridades como relativamente calma após os acontecimentos.

O caso acende um alerta para a crescente onda de justiça pelas próprias mãos e a persistência de crenças que geram violência baseada em acusações de feitiçaria, exigindo respostas urgentes do Estado e da sociedade civil. Clique aqui para ver mais...