Ossufo Momade Acusa Governo de Moçambique pelas Falhas no Processo de DDR
O presidente da RENAMO, Ossufo Momade, responsabilizou o Governo de Moçambique pelas dificuldades no cumprimento do processo de Desarmamento, Desmobilização e Reintegração (DDR). Falando durante a conferência nacional da Associação dos Combatentes da Luta pela Democracia (ACOLDE), realizada em Maputo, Momade rejeitou as acusações de má gestão de fundos e desafiou os críticos a apresentarem provas concretas.
Segundo o líder da RENAMO, nem ele nem o partido têm qualquer controle sobre os pagamentos das pensões atribuídas aos antigos guerrilheiros. "Não é a RENAMO, e muito menos Ossufo Momade, quem define e paga as pensões", declarou. Ele salientou que a responsabilidade é exclusivamente do Estado moçambicano.
O líder político argumentou ainda que as pensões conquistadas para os ex-combatentes não faziam parte dos termos iniciais do acordo de paz, sendo, portanto, um avanço significativo nas negociações com a mediação da comunidade internacional. Contudo, Momade lamentou a falta de resultados efetivos, afirmando que tanto o Governo quanto os representantes internacionais, como o embaixador Mirko Manzoni, não cumpriram integralmente os compromissos assumidos.
Apesar da crescente contestação interna e da ocupação de algumas sedes partidárias por membros descontentes, Ossufo Momade assegura que a RENAMO permanece unida e comprometida com os princípios da paz e do diálogo.
Durante a mesma conferência, Domingos Gundana, representante da ACOLDE, criticou os ex-guerrilheiros que têm protagonizado ações de dissidência, acusando-os de romper com a disciplina militar e partidária. Por outro lado, João Machava, porta-voz do grupo de dissidentes, afirmou que a luta contra a atual liderança continuará “até às últimas consequências” e denunciou a exclusão do grupo no encontro da ACOLDE, alegando até a presença de membros da FRELIMO para legitimar a liderança de Momade.
